Quebra de paradigmas do mundo do Vinho

O vinho é a única bebida que aquece o corpo e a alma. Marcel Gomes, 38 anos, brasileiro, belorizontino, casado, gastrônomo, WSET2 - Wines & Spirits Certified, Sommelier Executivo e proprietario da Bacchus de Minas. Criador do perfil no Instagram @bacchusdeminas, idealizado para ajudar as pessoas a desburocratizar o mundo do vinho e quebrar paradigmas que o envolvem. Sou apaixonado pelo mundo da gastronomia e levo sempre as palavras de Cristina Brayner: " A arte culinária é a única que atua sobre os cinco sentidos, e a boa comida é aquela que mexe com você inteiramente, instiga sua mente, sua criatividade, enche os olhos e a boca, provoca sua percepção, leva você a lugares apenas imaginados. É harmoniosa, transparente e misteriosa, delicada e elegante. "

No mundo do vinho, existem muitos paradigmas que precisam ser quebrados. Uma das dificuldades que as pessoas que estão começando a se aventurar por esse mundo é de desviar deles.

Então vou tentar dar uma ajuda.

 

O primeiro paradigma que podemos citar é saber se “vinho bom é sinônimo de vinho caro“.

Essa é uma concepção errada que se fortaleceu com o passar do tempo, mas que necessita ser desmistificada.

O vinho bom é o vinho que agrada o seu paladar. É aquele que cabe no seu bolso e que te faz feliz. É aquele que você vai abrir para tomar com a pessoa amada, independente de preço, vinícola, país de origem.

Não tenha medo de mergulhar de cabeça no mundo do vinho. Não tenha medo de entrar em uma loja e perguntar sobre vinhos. Não tenha medo de errar na compra do vinho. Somente arriscando é que você conseguirá aprender e encantar-se com este maravilhoso mundo.

Vinho bom é aquele que você gosta, que você toma da sua maneira, do seu jeito, com as pessoas que você ama.

Eu li uma vez em um lugar que não me recordo, mas adorei a frase: “Devemos tomar mais vinho com menos enochatice”.

 

Outro paradigma que deve ser quebrado é que vinho brasileiro é ruim.

Então vamos lá, às vezes replicamos coisas que são passadas como verdade, mas que não são, dois grandes exemplos são as frases citadas acima.

Foi a época em que os vinhos brasileiros eram de baixa qualidade. Temos várias vinícolas nacionais sendo reconhecidas e ganhando prêmios internacionais.

Exemplos como a vinícola mineira Maria Maria que já acumula prêmios, com destaque para o vinho Diva – 2017 – Sauvignon Blanc, que ganhou o International Wine Challenge e Madalha de Ouro no Brazil Wine Challenge.

Temos no sul do pais a Casa Valduga que também em 2017, pelo segundo ano concecutivo ganhou medalha de ouro no Concurso Muscats du Monte na França, com o espumante Casa Valduga RSV Moscatel, e fora outros vinhos premiados internacionalmente que a vinícola tem em sua prateleira.

Poderia ficar citando uma infinidade de vinhos é vinícolas brasileiras premiadas aqui mas a lista é muito grande, pois no Brasil temos mais de 1.000 vinicolas produzindo vinhos a todo vapor e ganhando prêmios.

 

Outro paradigma, que é jogado a “7 ventos” em nossas terras tupiniquis, é que vinho brasileiro é vinho caro!

Muitos falam que vinhos hermanos são mais baratos, mas espere aí, vamos parar para pensar. Que tipo de comparação estamos fazendo? Estamos sendo coerentes com as comparações?

O que tenho notado é que fazemos falsos julgamentos, pois os vinhos que chegam a preços mais acessíveis no Brasil são vinhos simples, sem complexidade, o que chamamos de vinho para o dia a dia. Ai que queremos comparar com vinhos premiados como o citato acima. Neste caso, realmente vai ser mais caro.

Se pegarmos um vinho brasileiro para o dia a dia e compararmos com o dos nossos hermanos ou ainda se pegarmos um vinho deles com premiações, vamos ver que o nosso é mais em conta.

E isso pode ser comprovado com a pesquisa de 2016 do IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário) que a tributação sobre o vinho nacional é 58,29%, o vinho do Mercosul é de 63,10% e vinhos de países que são de fora do Mercosul é de 77,78%.

Então fica a dica: procuremos mais por vinhos brasileiros, vamos consumir mais os nossos vinhos, para quem sabe um dia consigamos diminuir a tributação sobre ele. O Brasil é o 17º país em consumo de vinho (conforme dados divulgados pela Organização Internacional da Vinha e do Vinho) com uma média anual de 2 garrafas por pessoa. Tudo bem que eu acho que eu estou bebendo vinho de muita gente, mas comparado a outros países, como Portugal em que o consumo médio anual é de 58 garrafas por pessoa, estamos bem atrás.

Beba com moderação, do seu jeito e da forma que melhor te agradar. Vamos descomplicar o mundo do vinho. Saúde !

Instagram: @bacchusdeminas

 

 


 

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